sexta-feira, 12 de outubro de 2012

NEUROSE OBSESSIVA





A neurose obsessiva se configura como a mais interessante e mais rica de simbolizações dentre as neuroses e apresenta-se como a mais regressiva das estruturas neuróticas no plano libidinal.

Tem com base o complexo de Édipo; o indivíduo com esta neurose apresenta fixação da libido no estágio anal de maturação.

Ocorre com mais freqüência em homens, o indivíduo não se sente castrado porque abandona a mãe e se identifica com o pai, essa identificação decorre da necessidade que tem de encontrar uma outra mulher já que a “relação” com a mãe é proibida.

Na neurose obsessiva a libido do indivíduo não está totalmente envolvida no conflito entre o ego e o superego, grande parte das relações objetais do indivíduo está conservada, circunstância esta que o protege da ruína.

O ego dos neuróticos obsessivos apresenta-se dividido em uma parte lógica (que sabe o que é verdade e o que é falso) e outra mágica (que repudia partes da realidade); o mecanismo defensivo do isolamento possibilita a manutenção dessa divisão; além deste mecanismo, o obsessivo se serve também do deslocamento e da anulação.

Uma característica fundamental na neurose obsessiva é sua ligação com o sentimento de culpa; os neuróticos obsessivos tentam usar objetos para resolver ou aliviar seus conflitos internos.

O neurótico obsessivo tem medo de suas emoções e tem medo das coisas que as sugerem, fugindo do macrocosmo das coisas para o microcosmo das palavras. O pensamento e a fala tornam-se substitutos das emoções, ligados à realidade, recuperam as qualidades originais, “sexualizam-se” e perdem o seu valor para o uso prático.

O neurótico obsessivo tende a crer na onipotência de seus pensamentos, e teme essa onipotência, isso faz com que ele dependa daquilo que pensa. O pensamento do obsessivo é um pensamento abstrato, isolado do mundo real das coisas concretas, sendo a dúvida o conflito instintivo deslocado para a esfera intelectual. Os obsessivos se preparam incessantemente para o futuro e nunca experimentam o presente.

A sintomatologia das neuroses obsessivas é cheia de superstições mágicas; as idéias, sentimentos ou condutas são vividos como forçadas, como se impondo ao sujeito, por mais que ele lute contra elas e as ache absurdas; apresentam pensamento obsessivo (que podem aumentar de tal forma na mente do indivíduo, que este pode ficar preso por uma cadeia infindável de pensamentos, que podem paralisar ações práticas, fazendo com que a dúvida seja a regra geral do comportamento obsessivo), a atividade compulsiva, os rituais obsessivos (rituais envolvendo a verificação; rituais envolvendo a limpeza; pensamentos obsessivos sem compulsões; lentidões obsessivas e rituais mistos).

A neurose obsessiva se instala no indivíduo mais tardiamente do que a histérica, afetando a personalidade total do indivíduo em extensão muito maior do que na histeria. No tratamento há mais dificuldade devido ao fato desse indivíduo ter dificuldade de associar livremente, internalizar o conflito e apresentar um ego dividido, estes fatores geram resistência.

Fonte: Psicologado

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