domingo, 28 de outubro de 2012

ANÁLISE DO FILME: "PERFUME: A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO"



"PERFUME: A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO"

Paulo de Moraes M. Ribeiro

Direção: Tom Tykwer 

“Cheirar para existir e matar para 
não estar morto: 
a estória de um assassino que poderia 
ser qualquer um de nós”

I – Introdução:

Há pessoas, como o nosso protagonista Jean Baptiste Grenouille, que estão em busca do sentimento de ser alguém nesse mundo, de existir, um sentimento de identidade própria. Para quem já tem esse sentimento como certo e nunca parou para pensar no fato, isso pode parecer um disparate sem sentido. Mas o sentimento de ser uma “pessoa” (Winnicott, 1962), um indivíduo único e exclusivo nesse mundo, não é uma garantia, não basta apenas ter sido parido por alguém; esse “senso de existência” (Marques, 2006) é mais uma conquista do que algo dado de graça, como um presente da Vida, ou de Deus.
Costuma-se dizer que uma imagem vale mais do que mil palavras... Como amantes do cinema, penso que acreditamos nisso, mas também depende da imagem... e das palavras em questão. A imagem do cartaz dessa apresentação foi uma feliz escolha, é Dánae, do pintor austríaco Gustav Klint, que ao meu ver, consegue ‘exalar’ um perfume intenso... É uma imagem visual capaz de impressionar nosso sensorial olfativo, se nos permitirmos esse ‘sonho’/fantasia. Podemos sentir, através das pinceladas de Klint, um  cheiro de sensualidade, feminilidade, quem sabe, de luxúria... ou ternura. 
Mas isso é da ordem do belo, e o que quero apresentar a seguir é uma seqüência de imagens não tão bonitas assim; são belas, mas do ponto de vista da estética da dor. São pinturas ou esculturas em sua maioria, e embora não me detenha especificamente em nenhuma delas, ao exibi-las tenho como objetivo ‘falar sem palavras’ sobre emoções de artistas que, penso eu, como Jean Baptiste, estão lidando nessas obras com a busca do sentimento de ser uma “pessoa”, do sentimento de existir nessa vida. [Apresentação dos slides] 
Reparem na dor, no desespero, no vazio existencial, na depressão essencial, na angústia, na falta de forma, de sentido... Esses artistas estão expressando em forma visual algo que visa nos tocar, provocar emoções no expectador. Parodiando Descartes quando disse “penso, logo existo”, se os artistas conseguem nos tocar, vivem algo como “sou visto, logo existo”. Estão fazendo uso da sensorialidade visual (imagens), assim como o personagem do filme fez uso da sensorialidade olfativa. 
Jean Baptiste Grenouille foi parido no meio do lixo, ao lado de um cemitério, o Cemitério dos Inocentes, das crianças. Nasceu como lixo, para ser descartado ali mesmo. Nasceu para morrer, assim como seus abortados irmãos anteriores. Mas algo aconteceu diferente: suas narinas começaram a funcionar... os cheiros invadiram seu corpo (ou quem sabe, seu corpo buscou os odores ali presentes), e essa impregnação sensorial salvou sua vida. O odor intenso daquele lugar foi um estímulo tão marcante que não poderia passar despercebido, pelo menos não por ele, que era dotado de um forte “instinto de vida” (Freud) que o fez sobrevivente desde o início. Essa impregnação olfativa o marcaria por toda sua existência. Voltaremos a essa questão mais adiante.

II – O sentimento de ser uma “pessoa”

Winnicott (1962), um reconhecido psicanalista inglês, chama um ser humano de “pessoa” apenas a partir do momento em que o desenvolvimento deste permite um senso de individualidade mínimo que possibilite a criança “examinar o que os outros vêem, sentem, ouvem e o que pensam” quando se deparam com ela. Diz ele: “Há um ego desde o início? A resposta é que o início está no momento em que o ego inicia.” (pág. 55 e 56). Antes disso não haveria nada, pelo menos nada de útil. Será? 
Acredito que algumas pessoas, como o nosso protagonista, nunca chegaram a ser “pessoas” como na concepção de Winnicott. Nunca alcançaram, pelo menos em grau suficiente, um sentimento de existir dentro da própria pele, de ‘ser eu mesmo’, ser uma pessoa única e exclusiva nesse mundo, com suas virtudes e defeitos característicos.
Jean Baptiste tenta ser alguém, mas ninguém o percebe, ele é quase ‘invisível’ ao ser inodoro. Todos nós temos um odor pessoal, característico e único. É como nossa impressão digital: nos identifica. Só não o percebemos o tempo todo devido aos nossos hábitos de higiene, com banhos freqüentes e uso de sabonetes e perfumes, e também pela impregnação do nosso nervo olfativo, que de tanto estar acostumado com o próprio cheiro, nem o denuncia à nossa consciência. 
Grenouille era diferente, não tinha odor próprio. Penso ser isso uma metáfora usada pelo escritor desse romance, Patrick Süskind, para descrever a não-existência de Jean Baptiste. Ele vivia encapsulado em si mesmo, mal se interessava pelas pessoas, não se relacionava com o mundo. Não havia trocas: nem de um sorriso, um grito, um piscar de olhos... nem mesmo seu cheiro era compartilhado entre as pessoas. Mas fazia isso de propósito? Penso que não. 
Como poderíamos cobrar de alguém que nunca foi amado, amar? Quem nunca foi reconhecido como um ser humano único, valioso, como poderia ter re-conhecimento do “outro”? Como poderia ter consideração pelo “outro” que não é ele mesmo? É por isso que, apesar dele ser um serial-killer, nós não o odiamos e até podemos torcer para ele se dar bem. Seu objetivo nunca foi o de matar aquelas mulheres, isso apenas era, digamos, um ‘efeito colateral’ da necessidade dele extrair o seu odor, a sua essência. Não penso que ele era um perverso que obtinha alguma forma de prazer dos assassinatos, ele era muito mais alguém lutando para sobreviver, para ter o re-conhecimento de sua existência. Para isso, ele acreditava que precisava conseguir criar o ‘perfume eterno’, aquele que possibilitasse seu “senso de existência”, de continuidade na vida. O perfume que permaneceria ao longo do tempo, que não se esvairia, seria a sua fórmula mágica, alucinada, que garantiria ele ter um cheiro, e um cheiro especial, que fizesse todos que o inalassem o amar... Ele, que nunca fora amado.

III – Existir ou não existir? Eis a questão!

Todos nós, humanos, não escapamos da necessidade de encontrar um sentido de existência, do contrário, estaríamos no pólo do senso de inexistência, algo muito desesperador. Ser essencialmente quem somos, encontrar um sentimento de existência e permanência nessa vida e nesse mundo é tarefa cotidiana. O que há de mais fundamental em nós é conquistarmos a noção de vir a ser quem somos, ser o que nos define como pessoa e que compõe os alicerces mais profundos da nossa existência. A capacidade de confiança em si mesmo, ligada à auto-estima (amor-próprio), está relacionada a isto.
 Há em nós o que se pode chamar de um  “ser interior” (Walter Trinca, 2007) que faz-nos sentir nossa existência. No que concerne a cada um de nós, este sentimento dá realidade e verdade a experiência de ser um, uno, único, nesse mundo; essa é a experiência de ‘ser eu mesmo’, algo indispensável para alguém se tornar uma pessoa inteira e dona do próprio nariz.
O que comumente chamamos de individualidade, originalidade própria ou atributos que definem e distinguem determinado indivíduo, estão ligados a imanências do “ser interior”. Para que a individualidade e a personalidade sejam funções plenas do indivíduo,é preciso que nelas estejam presentes conexões e expressões oriundas do ser que fundamentalmente somos. 
Quando a conexão ‘conosco mesmos’ se dá, o núcleo de existência mostra-se por emoções vitais: a pessoa se sente com vida interior, ligações significativas, alegria de viver, felicidade de estar vivo, etc. Nada disso observamos no nosso protagonista, Jean Baptiste. Ele é frio, algo triste, não se interessa pelas pessoas ou pelas coisas da vida, sejam elas materiais ou emocionais. Poderia abusar sexualmente daquelas mulheres, ou fazer uso de incalculáveis riquezas que lhe foram oferecidas, mas nada disso passava pela sua cabeça. Podemos dizer que ele estava funcionando mentalmente aquém do Princípio do Prazer (Corrêa, 2006) descrito por Freud, ainda não alcançara um mínimo de senso de existência para experimentar prazer, quanto mais experimentar o Princípio da Realidade.
A vida é um bem supremo e participar ativamente dela nesse planetinha azul é uma alegria única. Quem pode experimentar a vida assim é capaz de se relacionar com o que é vivo e vital, separando-se das as forças contrárias à vida (o Instinto de Morte). Pode-se observar isso claramente em crianças saudáveis, que desde muito cedo demonstram essa alegria de viver nas mais simples atividades de seu cotidiano. 
Essa alegria de viver, de estar vivo nesse mundo, de se sentir existindo ao longo do tempo e com uma identidade e individualidade própria, pessoal, é um  movimento de vida que se expressa como emoção de tipo não-sensorial. Quando se alcança isso não precisamos de nenhuma prova, ou evidência concreta (sensorial) de quem a gente é, das nossas capacidades, da nossa potência. Desde seus primórdios, o “ser interior” é não-sensorial em sua constituição, qualquer que seja o nível em que o situemos. Um vazio de sensorialidade permite sua existência, é necessária uma presença não-sensorial para a existência deste; apesar de que os cuidados sensoriais básicos, ou o que Winnicott chamou de “holding”, somado aos cuidados emocionais que Bion chamou de “rêverie”, sejam pré-requisitos essenciais para o firme estabelecimento do “ser interior”. 
A sensorialidade defensiva se faz necessária na ausência do “senso de existência”. O nosso protagonista, Grenouille, buscou no olfato (sensorial olfativo) evidências de estar vivo, existindo: ‘cheiro, logo existo’. Enquanto suas narinas eram impregnadas pelos milhares de odores do mundo, ele sentia-se vivo; os estímulos sensoriais reasseguravam sua existência. É como os pacientes psicóticos que fazem feridas na própria pele, beliscando-se até sangrarem, e isso não lhes constitui dor ou sofrimento, mas sim alívio: ‘sinto (dor), logo existo’.
No entanto, a constante luta para sentir-se vivo cansa. Naquela linda cena no meio de uma travessia, na estrada vida, Grenouille encontrou a ‘caverna-útero’ com cheiro de pedra fria, na qual havia uma quase completa ausência de odores. Ele achou isso esplendido, e entrou em um estado de paz que talvez seja algo parecido com o estado descrito como “nirvana”. Isto foi interrompido por um sonho de angústia, no qual ele se deu conta de que não tinha cheiro. Sonhou com a linda moça de Paris, e nele, viu que ela não o percebia porque ele não tinha odor próprio, ele era ‘invisível’. Tirou, então, suas roupas e banhou-se na chuva na busca desesperada de encontrar seu cheiro próprio, sua ‘alma’. Percebeu que durante toda sua vida havia sido insignificante para todos e passou a sentir o medo do próprio esquecimento... era como se ele não existisse, e nunca tivesse existido. 
Penso que, de certa forma, ele já ‘sabia’, mesmo sem ter consciência, que ele não tinha cheiro, que não existia mentalmente (Tustin, 1992), por isso colocou-se novamente na desesperada pesquisa para descobrir a técnica de extrair a ‘essência permanente’, a ‘alma’ de uma pessoa. Era como se, ao conseguir extrair essa essência, ele pudesse conquistar o que mais precisava, seu sentimento de ser uma “pessoa” nesse mundo.


IV – Cheirar para existir e matar para não estar morto

Usei o provocativo título para essa palestra: “... um assassino que poderia ser qualquer um de nós”, pois penso que todos nós aqui nessa sala temos a sorte de termos nascido de uma mãe que nos ‘deu a luz’ mais do que nos ‘abortou’, e quem sabe também, de haver um pai por perto, colaborando com ambos, mãe e bebê.1 Não fosse assim, estaríamos sujeitos a, para sobreviver, lançarmos mão seja lá do que estiver disponível para sustentar nossa existência. 
Thomas Ogden (1996), um dos mais criativos autores da psicanálise contemporânea, propôs um modelo para a compreensão da mais primitiva organização psicológica no ser humano, e a denominou “posição autística-contígüa” (PAC).2 Ela é autística, pois nesses primórdios não é possível ao recém-nascido reconhecer a existência de um outro ser separado dele. Um bebê é vitalmente dependente de alguém que cuide dele, alimente-o, limpe seus dejetos, dê afeto, etc., e a percepção precoce de que esse alguém pode não estar lá quando necessário lhe é altamente perturbadora; então, ele magicamente nega a percepção da alteridade e vive um período autístico, ou fusional, no qual mãe e bebê são um (1+1=1). Essa posição é também contígua, pois o bebê necessita sentir que as superfícies que ele experimenta se tocam entre si, são contínuas, não têm rupturas ou separações, que ‘lembrariam’ ao bebê seu estado de separação de sua mãe, colocando-o em estado de intenso desamparo.3
Um exemplo disso, seria quando um bebê acorda no meio da madrugada berrando de medo, talvez porque sonhou que estava rasgando mortalmente o útero da sua mãe ao nascer, e ela o pega no colo, o embala na cadeira de balanço, cantando uma doce cantiga de ninar. Essa mãe está usando os componentes sensoriais auditivos (cantiga de ninar), táteis (seu colo), enteroceptivos (o embalo), e quem sabe também, os olfativos (seu cheiro) para re-estabelecer o senso de continuidade que aquele pesadelo do bebê rompeu. Mas essas questões não ocorrem apenas com bebês, nós adultos também temos momentos nos quais nos deparamos com angústias da “posição autística-contígüa” e fazemos uso da sensorialidade para nos acalmarmos. Essas defesas envolvem a criação de estímulos sensoriais que produzam ritmo, harmonia e sensação de continuidade: a pessoa se embalando na cama para dormir, acariciando seu cabelo, ou fumando um cigarro em momentos de tensão, são exemplos cotidianos. O ‘perfume eterno’ que Grenuille queria criar, que nunca se esvairia, também.
Essas formulações de Ogden, penso eu, estão plenamente em acordo com a de Freud (1923) quando disse que o ego, o eu, é nos seus primórdios, um ego corporal, sensorial. As sensações, as experiências sensoriais dão ‘como que’ um chão a partir do qual o ego psíquico pode se originar.4 Como disse Winnicott, é a partir daí que, se tudo correr bem, pode surgir uma “pessoa”, um indivíduo, um ser inteiro. 
Jean Baptiste não alcançou esse estágio, ficou preso no mundo das sensações, no mundo olfativo, não alcançou a oscilação PSßà PD posteriores à PAC. Ficou buscando, através da criação do seu perfume, encontrar quem pudesse se relacionar com ele, amando-o, para assim ele se sentir uma “pessoa” existente nesse mundo. Ele vivia desconectado do mundo a sua volta, passava pelas pessoas e tirava delas aquilo que precisava, sem relacionar-se, sem trocas. Des-conexão do que é vivo é um meio de sobrevivência. As crianças autistas, e penso que Grenouille era uma, são assim, elas se desconectam do mundo a sua volta e passam a viver um mundo particular seu, criação sua. Usam muito do sensorial tátil e enteroceptivo para manterem a sensação de continuidade, de estarem vivas. Se elas param, por exemplo, de se embalar no movimento contínuo e rítmico de levar seus corpos para frente e para trás, elas entram em desespero, como se uma ruptura abrupta da vida estivesse preste a acontecer. ‘Pensam’ algo assim: ‘me movimento, logo existo; se não me movimentar, morto estou!’.

V – A Psicanálise como veículo para o vir-a-ser quem a gente é

Grenouille termina sua existência onde começou, no Cimetière des Innocents em Paris. Tentou encontrar quem o amasse para haver trocas nas quais poderia sentir-se uma “pessoa” existente nesse mundo, criou o mais maravilhoso perfume do mundo, fazendo com que todos a sua volta o amassem profundamente, como se ele fosse um anjo, ou o próprio messias na Terra; no entanto, ele mesmo não conseguiu amar ninguém, era tarde demais. O ser humano é um animal gregário, precisamos de um outro ser (inicialmente, a mãe) que, através de trocas afetivas íntimas, nos ‘mostre’ que somos um indivíduo e que podemos evoluir ao longo do tempo. 
Jean Baptiste não mais fazia trocas, mesmo encontrando uma multidão de pessoas prontas para darem-lhe tudo o que pudesse imaginar, nada mais importava. Süskind, seu autor,  escreveu: E ainda que chegasse a aparecer diante do mundo, através do perfume, como um Deus – se ele não podia cheirar a si mesmo e, por isso, jamais saberia quem ele era, - nada disso importava, não importava o mundo, ele próprio, o seu perfume. (pág. 260)
Verifica-se em Psicanálise que algumas pessoas conseguem alcançar a experiência de seu “ser interior” como sendo a fonte primária e imaterial de vitalidade. Elas experimentam sentimentos de liberdade, vida, fluidez, suavidade, leveza e amplidão. Surge gratidão por estamos vivos e participando ativamente desse mundo. Surge também, gratidão pelos nossos pais, que, apesar das falhas e dificuldades, criativamente nos geraram. Em tais experiências, após trabalhar os aspectos invejosos e destrutivos da personalidade, predomina o aspecto amoroso, o Eros, que permite a união não-conflitiva da pessoa consigo própria e com o mundo. Esse trabalho é árduo e longo. Demanda, através da parceria com o analista, regredirmos, não à ‘vidas passadas’, mas aos momentos trágicos dessa vida mesmo, experienciando-os, elaborando-os e libertando-os, para assim podermos prosseguir adiante com tudo o que somos e que podemos vir-a-ser. Sermos nós mesmos é o melhor que temos para oferecer a nós e ao mundo.

VI – Encerrando

Para encerrar, gostaria de compartilhar com vocês um veículo de publicidade da Anistia Internacional que recebi pela internet recentemente. É um desenho que mostra situações de dor e des-esperança em homens, mulheres e crianças; sendo que a saída desses estados de dor se dá mediante uma assinatura, que ora se transforma numa porta, numa força necessária para enfrentar o inimigo, ou num escudo conta tiros, etc. 
E o que isso tem a ver com o nosso tema? Assinatura é o nome pessoal, é a marca de uma identidade, cada um tem a sua. É como o cheiro. A idéia que quero passar com esse vídeo é a de que sem um “senso de identidade” bem estabelecido, sem uma boa assinatura pessoal, ficamos sujeitos a sermos prisioneiros de partes nossas neuróticas, psicóticas, ou mesmo não nascidas, que em muito podem limitar nossa vida. [Apresentar o vídeo.]
Obrigado pela atenção e paciência!


Referências:

1. CORRÊA, M. L. P. (2006). Psicanálise e os Tropismos: matrizes da vida mental. Publicado na SBPSP, 2006.

2. FREUD, S. (1923). O Ego e o Id. In Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Volume XIX). Rio de Janeiro, Imago Ed., 1996.

3. MARQUES, T. H.T. (2006). Observando o trânsito da existência. Rev. Bras. de Psicanálise, Vol. 40, Nº3, 2006.

4. OGDEN, T. (1996). Sobre o Conceito de uma Posição Autística-Contígua. Rev. Bras. Psicanal. Vol. XXX, Nº2; ou Int. J. Psycho-Anal. (70). 127-140, 1989.

5. SÜSKIND, P. (1985). O Perfume. Rio de Janeiro, Editora Record.

6. TRINCA, W. (2007). O Ser Interior. O Ser Interior na Psicanálise. São Paulo, Vetor Editora, 2007.

7. TUSTIN, F. (1992). Autistic States in Children. London: Karnac.

8. WINNICOTT, D. W. (1962). A integração do ego no desenvolvimento da criança. O Ambiente e os Processos de Maturação.  Porto Alegre, Artes Médicas Ed., 1990.


1 Não excluo aqui, de forma alguma, os fatores constitucionais.

2 Esta posição seria mais primitiva do que as posições esquizo-paranóide e a depressiva descritas por  Melanie Klein, no entanto, estaria em relação dialética e contínua com ambas as posições posteriores a ela. O modo autístico-contíguo é um modo pré-simbólico de gerar e organizar a experiência, de uma forma preponderantemente sensorial, preparatória para a criação de símbolos; contribui para a conexão da experiência sensorial ‘amarrando’ os vários dados captados pelos órgãos dos sentidos, gerando uma superfície, um pano-de-fundo, uma rede, ou um “assoalho sensorial” (“sensory floor”, Grotstein J., 1987) para a delimitação de todos os estados subjetivos subseqüentes.

3 A ruptura da conexão sensorial e da vinculação na “posição autística-contígua” gera ansiedades que envolvem a experiência de uma iminente desintegração da superfície sensorial, ou do ritmo de segurança, resultando na sensação de escoamento, dissolução, desaparecimento ou de um cair sem fim num espaço informe e infinito (pág. 14).

4 Ogden associa a organização autística-contígua a um modo específico de atribuir sentido à experiência, na qual os dados sensoriais brutos são ordenados para formar conexões pré-simbólicas entre as impressões sensoriais que irão constituir superfícies delimitadas (pág. 03). É a partir dessa superfície sensorial que a experiência do ‘self’ poderá ter sua origem.

sábado, 27 de outubro de 2012

Sorvete Brigadeirão



Sorvete Brigadeirão!!

ingredientes

1 lata de leite condensado
1 colher de margarina
6 colheres de achocolatado
3 ovos
1 lata de creme de leite
chocolate granulado
3 colheres de açúcar
1 forma de buraco para pudim
modo de preparo

Em uma panela ponha o leite, a margarina, as gemas e o achocolatado fazendo um brigadeiro meio mole retire do fogo e deixe esfriar, bata as claras em neve com o açúcar misture com o brigadeiro. Coloque uma forma para pudim, ponha no frizer do dia para o outro e sirva com bolo da sua preferencia ou com a calda da sua preferencia. 


Obs: desenforme e confeite com o granulado.

FONTE: sorvete brigadeirao

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Biologia dos Pais‏


"Toda criança precisa de um pai" é uma frase que frequentemente se ouve, mas há algum fundamento científico que a sustente? Neste documentário, a psicóloga infantil Laverne Antrobus faz uma busca para…
00:58:40
Adicionado em 05/02/2011
4.716 exibições


Ótimo documentário. 

"Toda criança precisa de um pai" é uma frase que frequentemente se ouve, mas há algum fundamento científico que a sustente?

 Neste documentário, a psicóloga infantil Laverne Antrobus faz uma busca para descobrir por que a relação do pai com seus filhos

 é tão importante. Ela revela descobertas de pesquisas recentes sobre a ciência da paternidade."

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Atividade aprimora comunicação e coordenação motora e ajuda famílias a adaptar jovens ao convívio social com autonomia


Ginástica para autistas: Gustavo e 'tio' Rodrigo se divertem nas argolas
Ginástica para autistas: Gustavo e 'tio' Rodrigo se divertem nas argolas - Marcos Michael




















Há menos de um ano, Luciana Nascimento da Silva Medeiros se queixava da falta de carinho do filho, Gustavo. Era difícil para ela, admite, entrar no universo da criança, que nunca deixava o que estava fazendo para dedicar atenção à mãe. Então com 2 anos de idade, ele não falava e parecia desconectado do mundo externo. Da família e dos amigos, Luciana ouvia que devia ter paciência, "pois cada criança tem seu tempo". Uma reportagem de TV escancarou a realidade. "A matéria mostrava crianças autistas. E eu vi que elas tinham as mesmas características do meu filho". A primeira reação foi trancar-se no quarto e chorar. Mas logo percebeu que precisaria reagir e ajudar o filho a enfrentar os desafios impostos pelo autismo - transtorno no neurodesenvolvimento que atinge uma em cada 88 pessoas no mundo.
A busca por formas de se aproximar de Gustavo levaram Luciana ao professor Rodrigo Brivio, que desde 2006 dá aulas de ginástica artística a crianças e adolescentes com autismo. Antes mesmo de completar 3 anos, Gustavo tornou-se um dos caçulas das turmas, que hoje tem cerca de 80 alunos. Foi um alento. "As principais mudanças são em comandos simples, aos quais ele não obedecia antes, como calçar o sapato", conta Luciana. A autonomia é um dos focos da aula do "tio" Rodrigo, como gosta de ser chamado pelas famílias dos alunos. "A aula começa antes de entrarmos no ginásio, quando a criança tira e guarda sozinha o sapato. Como a maioria, Gustavo só não fazia isso antes porque não era estimulado. Se você tem alguém que faça tudo, não vai se esforçar, seja criança ou adulto", diz o educador.
Durante a atividade, Gustavo sabe que depois de ouvir "um, dois, três", o "já" indica o momento de soltar as argolas para se jogar no colchão macio. Saber cumprir ordens também é importante. Veterana, a colega Helena, de 8 anos, anda pela barra de equilíbrio com a naturalidade de quem brinca nas costas do sofá de casa. Parece distraída. Mas quando chega ao final, aguarda a permissão para saltar. "Isso é uma superação. A ginástica é a atividade que me permite mostrar para todos: 'Olha como minha filha é capaz'", orgulha-se Valéria Mousinho Marques Fernandes, que leva a filha às aulas há três anos. Apesar das habilidades que a menina desenvolve, foi na comunicação verbal a maior mudança percebida pela família. "A primeira coisa que me impactou foi vê-la contar e pedir ajuda. Uma grande conquista."
Nada é forçado. As crianças aprendem de forma natural, como numa brincadeira. Não há vagas para novos alunos, simplesmente porque quem chega se recusa a sair – a faixa etária dos alunos hoje vai dos 2 aos 17 anos. Um dos motivos é a evolução progressiva, mas também a falta de profissionais especializados para trabalhar com autistas. "Não existem muitos Rodrigos por aí", lamenta Luciana. Marisa Furia Silva, presidente da Associação Brasileira de Autismo (Abra), concorda que a escassez de mão de obra é um problema e elogia iniciativas como a do professor carioca. "Tudo o que se faz com essas crianças é muito importante. E o esporte é fundamental para o desenvolvimento delas", observa a mãe de Renato, autista de 34 anos.
Paciência é essencial para esses profissionais. E amor. Quando recebeu a reportagem de VEJA, Rodrigo ainda exibia as marcas de arranhões no braço de um aluno do dia anterior. "Não adianta dizer que o trabalho é só maravilha. Não é. Mas gosto muito do que eu faço. Vejo que através do carinho, de um abraço, a gente consegue muita coisa", ressalta o educador. "Sem demagogia, trato todos como se fossem meus filhos. Tenho uma carga muito grande de responsabilidade com essas famílias", afirma. Uma de suas missões, acredita ele, é ajudar os pais a preparar filhos autistas para a vida adulta. "Minha filha precisa estar pronta para quando eu e o pai dela não estivermos mais aqui", diz a mãe de Helena. 

domingo, 14 de outubro de 2012


Freud e o Desenvolvimento Psicossexual

  Aqui, o desenvolvimento da personalidade está centrado no desenvolvimento psicossexual.  
  Sigmund Freud nas suas investigações na prática clínica sobre as causas e funcionamento das neuroses, descobriu que a grande maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida dos indivíduos, isto é, na infância estavam as experiências de carácter traumático, reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas actuais e, confirmava-se, desta forma, que as ocorrências deste período de vida deixam marcas profundas na estruturação da personalidade. As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica e é desenvolvido o segundo conceito mais importante da teoria psicanalítica: a sexualidade infantil. 
 Foi no segundo dos “Três ensaios de sexualidade” das obras completas, que Freud postulou o processo de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo encontra o prazer no próprio corpo, pois nos primeiros tempos de vida, a função sexual está intimamente ligada à sobrevivência. O corpo é erotizado, isto é, as excitações sexuais estão localizadas em partes do corpo (zonas erógenas) e há um desenvolvimento progressivo também ligado as modificações das formas de gratificação e de relação com o objeto, que levou Freud a chegar nas fases do desenvolvimento sexual:
Fase oral
  Decorre do nascimento até cerca dos 12/18 meses. A zona erógena é a boca: o bebé obtém prazer ao mamar, ao levar objetos à boca, bem como através de estimulações corporais. A sexualidade é auto-erótica. O desmame corresponde a um dos primeiros conflitos vividos. É neste estado que o ego se forma.
 Fase anal
  Decorre dos 12/18 meses aos 2/3 anos, e a zona erógena é a região anal. A criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter e expulsar as fezes. O controlo da defecação gera, simultaneamente, sentimentos de prazer e de dor. É nesta fase que se faz a educação para a higiene, relativamente à qual a criança ou cede ou se opõe ao cumprimento das regras. A ambivalência está, assim, presente nas interações que estabelece com a mãe ou outros cuidadores.
 Fase fálico
  Decorre dos 3 aos 5/6 anos. A zona erógena é a região genital: os órgãos sexuais são estimulados pela criança, que assim obtém prazer. A curiosidade sobre as diferenças sexuais é grande. É neste estádio que surgem os complexos de Édipo e de Electra, que consistem na atração da criança pelo progenitor do sexo oposto e agressividade para com o progenitor do mesmo sexo. É com este, que surge como modelo, que ela se vai identificar. A identificação leva a criança a adotar os seus comportamentos, valores e atitudes. É a sua interiorização que conduz à formação do superego. É através do processo de identificação que se supera o complexo de Édipo.
 A limitação referida é interiorizada sob a forma de tabu do incesto para cuja formação contribuem o sentimento inconsciente de culpa desenvolvida pelo Superego e as restrições sociais. Freud sublinha que a repressão do complexo de Édipo ou, mais propriamente, a sua ultrapassagem marca a etapa final do desenvolvimento do Superego. Este será o herdeiro do complexo de Édipo e a instância que se ergue contra o incesto e a agressividade..
Fase de latência
 Decorre entre os 5/6 anos até à puberdade. Este período é caracterizado por uma aparente atenuação da actividade sexual. Seria neste estádio que ocorreria a amnésia infantil: a criança reprime no inconsciente as experiências que a perturbaram no estádio fálico. A criança investe a sua energia nas actividades escolares, ganhando especial importância as relações que estabelece entre os colegas e os professores.
 Vários intérpretes de Freud consideram que o estádio de latência é mais uma pausa do que um período de desenvolvimento psicossexual (não há nenhuma área específica do corpo do corpo que pose ser destacada como zona erógena e nenhum conflito psicossexual). Outras interpretações sugerem que nesta fase, sobre a qual Freud pouco disse, as crianças aprendem a esconder a sua sexualidade do olhar desaprovador dos adultos. Seja como for, a relativa emancipação em relação ao universo familiar prepara o caminho para que o afecto e a atracção sexual assumam uma forma adulta.
  No final deste estádio o aparelho psíquico está completamente formado
Fase genital
 A partir da puberdade a zona erógena é a região genital. É o último estádio de desenvolvimento da personalidade, em que há uma activação da sexualidade que esteve latente no período anterior. Apesar dos investimentos afectivos se desenrolarem fora da família, há uma reactivação do complexo de Édipo. O processo de autonomia relativamente aos pais passa por os encarar de forma mais realista. O prazer sexual envolve todo o corpo, integrando todas as zonas erógenas.
 A sublimação é especialmente importante neste período porque os impulsos do ID (egoístas e agressivos) continuam e continuarão activos. A sublimação significará transformar os impulsos libidinais convertendo-os em energia útil para o casamento, a educação dos filhos e o desempenho profissional.

Freud viveu numa época e numa cultura que reprimiam fortemente a sexualidade desde a infância. Os sintomas neuróticos, as doenças psicossomáticas, os sofrimentos causados pela culpabilização, as regressões, etc., que ele encontrou nos seus pacientes, estavam relacionados com a vida sexual. Na sua origem estaria a experiência traumática ocorrida na infância. A descoberta da sexualidade infantil levou Freud a modificar as suas noções, distinguindo genital de sexual. Aqui entra o conceito de “pulsão” - a sexualidade não se limita ao acto sexual entre duas pessoas: a sexualidade era toda a actividade pulsional que tende a uma satisfação.
Para conhecer mais pormenorizadamente a origem das teorias deste velho sábio da psicologia, aconselho o filme/documentário “Freud – Além da Alma”. Aqui vai o link para a sua visualização:
    http://www.youtube.com/watch?v=o-UuyIXtRi0&feature=related - parte 1 (através deste mesmo link, poderão aceder às restantes partes do filme)

sábado, 13 de outubro de 2012

Id, Ego e superego - Psicanálise de Freud



Freud e a Psicanálise

  A psicanálise caracteriza-se como uma corrente da Psicologia que busca o fundamento oculto dos comportamentos e dos processos mentais, com o objectivo de descobrir e resolver os conflitos intra-psíquicos geradores de sofrimento psíquico. Segundo Freud a nossa mente consciente não controla todos os nossos comportamentos, pois mesmo os nossos atos voluntários, resultantes de uma deliberação racional, estão dependentes de um fonte motivacional inconsciente. O inconsciente define-se como uma zona do psiquismo constituída por desejos, pulsões, tendências e recordações recalcadas, fundamentalmente de carácter sexual. Freud apresenta duas interpretações do psiquismo humano: a primeira e a segunda tópica.

  Na primeira tópica recorre à imagem do icebergue: o consciente corresponde à parte emersa, enquanto o inconsciente corresponde à parte submersa, do icebergue sendo por isso muito maior relativamente ao consciente. Os materiais inconscientes, que não são acessíveis através da auto-análise, tendem a tornar-se conscientes, no entanto este acesso às pulsões e desejos inconscientes é impedido pelo recalcamento.  O recalcamento é um mecanismo de defesa que devolve ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se conscientes. Tal como este mecanismo também existe o contrário: o pré consciente, que permite que alguns conteúdos do inconsciente acedam à consciência “disfarçados”, de modo a evitar distúrbios ao nível do consciente.

  Relativamente á estruturação do psiquismo, Freud apresentou três instâncias: id, ego, superego.

O id é a zona inconsciente, primitiva, a partir do qual se forma o ego e o superego; está desligado

do real, não se orientando por normas ou princípios morais sociais ou lógicos. É formado por instintos, impulsos

 orgânicos, desejos inconscientes e regido pelo princípio do prazer que exige satisfação imediata.

O ego é a zona fundamentalmente consciente, que se forma a partir do id e rege-se pelo princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer o id sem transgredir as exigências do superego. Forma-se durante o primeiro ano de vida.

O ego tem vários mecanismos de defesa além do recalcamento, que são os seguintes:

Racionalização ou intelectualização – É um conjunto de estratégias de justificação de comportamentos, pensamentos, tendências psíquicas , lógicas, com o fim de evitar sentimentos de inferioridade que ponham em risco a auto-estima.

Projeção – Tendencia que os seres humanos têm para atribuir aos outros, comportamentos, sentimentos e desejos que, sendo deles próprios, são muitas vezes tidos como inaceitáveis.

Deslocamento – Mecanismo libertador que ocorre quando um indivíduo, não podendo atingir determinado objecto, o substitui por outro, sobre o qual descarrega as suas tensões acumuladas.

Regressão – Mecanismo segundo o qual o indivíduo adapta formas de conduta próprias de estádios anteriores de desenvolvimento em que o indivíduo se sentia em segurança.

Compensação ou formação reativa – Mecanismo de defesa contra qualquer tipo de inferioridade fisiológica ou psicológica, seja ela real ou não, que consiste na adoção de comportamentos contrários ao desejo.

Sublimação – O sujeito substitui o fim ou o objecto das pulsões de modo que estas se possam manifestar em modalidades socialmente aceites.

O superego é a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõem ao id, impedindo-o de satisfazer plenamente os seus instintos e desejos. É a repressão sexual. Manifesta-se na consciência indiretamente, sob a forma de moral, como um conjunto de interdições e deveres, e por meio da educação, pela produção do “eu ideal”, isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa.


Id, Ego e Superego – As estruturas da Mente Humana


 A partir de 1920, Freud apresenta a segunda teoria sobre a estruturação do psiquismo, que é constituído por três instâncias: id, ego e superego.

ID – zona inconsciente, primitiva, instintiva, a partir da qual se formam o ego e o superego. Existe desde o nascimento e é constituído por pulsões, instintos e desejos completamente desconhecidos. Rege-se pelo princípio do prazer, que tem como objectivo a realização, a satisfação imediata dos desejos e pulsões. Grande parte destes desejos é de natureza sexual. O id é o reservatório da libido, energia das pulsões sexuais.

EGO- zona fundamentalmente consciente, que se forma a partir do id. Rege-se pelo princípio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos e impulsos do id que podem ser realizados. É o mediador entre as pulsões inconscientes e as exigências do meio, do mundo real. Tem de gerir as pressões que recebe do id e as que recebe do superego. Forma-se durante o primeiro ano de vida.

SUPEREGO - é a zona do psiquismo que corresponde à interiorização das normas, dos valores sociais e morais. Resulta do processo de socialização, da interiorização de modelos como os pais, professores e outros adultos. É a componente ética e moral do psiquismo. Pressiona o ego para controlar o id. O superego forma-se entre os 3 e os 5 anos.

  A vida psíquica é, para Freud, dinamizada por um conflito de forças que se desenrola em grande parte fora da percepção consciente do indivíduo. O psiquismo é uma totalidade dinâmica, apesar de as suas estruturas componentes terem diferentes funções e serem regidas por diferentes princípios.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

NEUROSE OBSESSIVA





A neurose obsessiva se configura como a mais interessante e mais rica de simbolizações dentre as neuroses e apresenta-se como a mais regressiva das estruturas neuróticas no plano libidinal.

Tem com base o complexo de Édipo; o indivíduo com esta neurose apresenta fixação da libido no estágio anal de maturação.

Ocorre com mais freqüência em homens, o indivíduo não se sente castrado porque abandona a mãe e se identifica com o pai, essa identificação decorre da necessidade que tem de encontrar uma outra mulher já que a “relação” com a mãe é proibida.

Na neurose obsessiva a libido do indivíduo não está totalmente envolvida no conflito entre o ego e o superego, grande parte das relações objetais do indivíduo está conservada, circunstância esta que o protege da ruína.

O ego dos neuróticos obsessivos apresenta-se dividido em uma parte lógica (que sabe o que é verdade e o que é falso) e outra mágica (que repudia partes da realidade); o mecanismo defensivo do isolamento possibilita a manutenção dessa divisão; além deste mecanismo, o obsessivo se serve também do deslocamento e da anulação.

Uma característica fundamental na neurose obsessiva é sua ligação com o sentimento de culpa; os neuróticos obsessivos tentam usar objetos para resolver ou aliviar seus conflitos internos.

O neurótico obsessivo tem medo de suas emoções e tem medo das coisas que as sugerem, fugindo do macrocosmo das coisas para o microcosmo das palavras. O pensamento e a fala tornam-se substitutos das emoções, ligados à realidade, recuperam as qualidades originais, “sexualizam-se” e perdem o seu valor para o uso prático.

O neurótico obsessivo tende a crer na onipotência de seus pensamentos, e teme essa onipotência, isso faz com que ele dependa daquilo que pensa. O pensamento do obsessivo é um pensamento abstrato, isolado do mundo real das coisas concretas, sendo a dúvida o conflito instintivo deslocado para a esfera intelectual. Os obsessivos se preparam incessantemente para o futuro e nunca experimentam o presente.

A sintomatologia das neuroses obsessivas é cheia de superstições mágicas; as idéias, sentimentos ou condutas são vividos como forçadas, como se impondo ao sujeito, por mais que ele lute contra elas e as ache absurdas; apresentam pensamento obsessivo (que podem aumentar de tal forma na mente do indivíduo, que este pode ficar preso por uma cadeia infindável de pensamentos, que podem paralisar ações práticas, fazendo com que a dúvida seja a regra geral do comportamento obsessivo), a atividade compulsiva, os rituais obsessivos (rituais envolvendo a verificação; rituais envolvendo a limpeza; pensamentos obsessivos sem compulsões; lentidões obsessivas e rituais mistos).

A neurose obsessiva se instala no indivíduo mais tardiamente do que a histérica, afetando a personalidade total do indivíduo em extensão muito maior do que na histeria. No tratamento há mais dificuldade devido ao fato desse indivíduo ter dificuldade de associar livremente, internalizar o conflito e apresentar um ego dividido, estes fatores geram resistência.

Fonte: Psicologado

domingo, 7 de outubro de 2012

Conquistar uma pessoa é algo fácil e difícil, depende muito de sua personalidade.




Se a outra pessoa for muito tímida e você um fanfarrão, pode ter certeza que nos primeiros encontros vocês não terão muito o que conversar, pois uma pessoa quando é tímida ao extremo, ela consegue sentir vergonha alheia. Ainda mais que se você além de um fanfarrão divertido, também for daquelas pessoas que adoram falar alto em publico, não se importando com quem está ouvindo, isso causa uma vergonha na pessoa tímida ao seu lado, que ela não saberia onde enfiar a cara e você já teria perdido qualquer chance de se relacionar com ela.

Mas você mudar seu jeito de ser, só por que uma pessoa diferente de você, não te entenderia ou não aceitaria você do jeito que é, acho que não vale a pena né? Mas digamos que você trabalha com o público, por exemplo, um vendedor, aí a coisa fica um pouco mais seria não é mesmo. Para você conquistar essa pessoa e trazer ela para perto, basta você usar etiqueta, isso mesmo, etiqueta foi inventado para pessoas de culturas e modos diferentes se entenderem, sem nenhum invadir o espaço do outro. Digamos que você é um vendedor de uma loja de eletrodomésticos e precisa muito bater a cota de vendas do mês, está desesperado, nunca demonstre esta ansiedade para o cliente, ele não tem o porquê saber disso.

Se você não conhece a pessoa, sendo a primeira vez que estão conversando, ainda mais em seu local de trabalho, não fique com piadinhas sem graça, pensando que com isso você vai conquistar a atenção e o carinho dela, no fundo ela só vai lhe achar um bobo. Outra coisa importante é, não coloque a mão no ombro da pessoa, não faz sentido isso, você corre o risco de até levar um tapa ou um empurrão. Não poderia deixar de falar sobre o famoso rosto colado, mantenha-se um braço afastado do outro ser humano, mais ou menos uns 80 centímetros, de uma distância para ela respirar e não sentir o seu hálito, mesmo você achando que é cheiro agradável, não faça, acredite.

Como conquistar uma mulher?

Como conquistar uma mulher é quase a mesma coisa de tudo que eu disse acima, se você está tentando conquistar é porque ainda não tem tanta intimidade, então mantenha o jogo de etiqueta. Depois que você já tiver com uma liberdade razoável com ela, aí sim você pode começar a ser mais engraçadinho, mas eu quero explicar como conquistar uma mulher e não como pegar uma, pois as coisas são totalmente diferentes. Pegar uma mulher é diferente porque você pode se envolver com ela hoje e amanha ela não querer nem ver sua cara, explicarei em detalhes métodos que deu certo comigo e com quem conversei.
Primeira coisa que você tem que saber para conquistar uma mulher é conhecê-la, não só saber que filme ela gosta ou que time que torce, mas conhecer de tal forma que você possa usar isso a seu favor e contra ela, no bom sentido, vamos supor que você descubra por informações de amigas dela ou de qualquer outra fonte que ela adora homens de gravata, isso seria uma ótima ferramenta para você trabalhar. Mas tenho que lhe dizer que hoje as mulheres são muito mais que visuais, elas se interessam pelo jogo completo, ela quer saber o seu visual, sua educação, sua vida financeira. Isso é um dever de casa que você tem que correr atrás, Uma academia na sua vida é muito importante.

Supondo que você já passou desta faze e conseguiu arrancar uns beijos dela, e agora é hora de fincar a bandeira, fazer ela ficar completamente apaixonada por você, então vamos fazer alguns esclarecimentos aqui.
Sempre que for beija-la, faça com vontade, tenha uma pega forte e o beijo não é só a boca e língua, tem os braços e mãos que tem que envolvê-la.

Quando vocês estiverem em lugares diferentes, não fique ligando para ela a cada minuto, isso causa irritabilidade na mulher e você acaba virando um cachorrinho dela.
Não seja ciumento, antes dela conhecer você, ela já tinha amigos e amigas, então não tente muda-la, nem as amizades que as cercam. Isso vai fazer você ser um chato.

Não mude o que você era, pois se ela começou a gostar de você, foi o modelo de pessoa que você apresentou no inicio da relação, então não comece a fazer pirraças e arrumar discussões bobas por motivo mais bobo ainda.

Não seja um lambão, não queria ficar com ela o tempo todo, tenha uma vida além do namoro, saia com amigos, divirta-se. Você tem que ter novidades para contar para ela e deixe-a sentir saudade de você.
Elogie-a, veja uma roupa que esteja usando e elogie, mas faça isso com propriedade, mulher adora ser elogiada por outra, porque ela sabe que está recebendo elogio de alguém que entende, e não de um cara que só está querendo agradar.

Acredito que com essas dicas destacadas aí em cima não será difícil você conquistar uma pessoa ou conquistar uma mulher, tudo vai de estudar o outro e saber analisar profundamente, para fazer isso basta ter vontade e dedicação. Se for no mundo dos negócios tente mudar seu comportamento caso você compreenda que esteja errado. Você vai notar grandes mudanças. E caso você esteja tentando conquistar uma mulher, acredito piamente que assim você ira deixa-la caidinha por você.