sábado, 13 de outubro de 2012

Id, Ego e superego - Psicanálise de Freud



Freud e a Psicanálise

  A psicanálise caracteriza-se como uma corrente da Psicologia que busca o fundamento oculto dos comportamentos e dos processos mentais, com o objectivo de descobrir e resolver os conflitos intra-psíquicos geradores de sofrimento psíquico. Segundo Freud a nossa mente consciente não controla todos os nossos comportamentos, pois mesmo os nossos atos voluntários, resultantes de uma deliberação racional, estão dependentes de um fonte motivacional inconsciente. O inconsciente define-se como uma zona do psiquismo constituída por desejos, pulsões, tendências e recordações recalcadas, fundamentalmente de carácter sexual. Freud apresenta duas interpretações do psiquismo humano: a primeira e a segunda tópica.

  Na primeira tópica recorre à imagem do icebergue: o consciente corresponde à parte emersa, enquanto o inconsciente corresponde à parte submersa, do icebergue sendo por isso muito maior relativamente ao consciente. Os materiais inconscientes, que não são acessíveis através da auto-análise, tendem a tornar-se conscientes, no entanto este acesso às pulsões e desejos inconscientes é impedido pelo recalcamento.  O recalcamento é um mecanismo de defesa que devolve ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se conscientes. Tal como este mecanismo também existe o contrário: o pré consciente, que permite que alguns conteúdos do inconsciente acedam à consciência “disfarçados”, de modo a evitar distúrbios ao nível do consciente.

  Relativamente á estruturação do psiquismo, Freud apresentou três instâncias: id, ego, superego.

O id é a zona inconsciente, primitiva, a partir do qual se forma o ego e o superego; está desligado

do real, não se orientando por normas ou princípios morais sociais ou lógicos. É formado por instintos, impulsos

 orgânicos, desejos inconscientes e regido pelo princípio do prazer que exige satisfação imediata.

O ego é a zona fundamentalmente consciente, que se forma a partir do id e rege-se pelo princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer o id sem transgredir as exigências do superego. Forma-se durante o primeiro ano de vida.

O ego tem vários mecanismos de defesa além do recalcamento, que são os seguintes:

Racionalização ou intelectualização – É um conjunto de estratégias de justificação de comportamentos, pensamentos, tendências psíquicas , lógicas, com o fim de evitar sentimentos de inferioridade que ponham em risco a auto-estima.

Projeção – Tendencia que os seres humanos têm para atribuir aos outros, comportamentos, sentimentos e desejos que, sendo deles próprios, são muitas vezes tidos como inaceitáveis.

Deslocamento – Mecanismo libertador que ocorre quando um indivíduo, não podendo atingir determinado objecto, o substitui por outro, sobre o qual descarrega as suas tensões acumuladas.

Regressão – Mecanismo segundo o qual o indivíduo adapta formas de conduta próprias de estádios anteriores de desenvolvimento em que o indivíduo se sentia em segurança.

Compensação ou formação reativa – Mecanismo de defesa contra qualquer tipo de inferioridade fisiológica ou psicológica, seja ela real ou não, que consiste na adoção de comportamentos contrários ao desejo.

Sublimação – O sujeito substitui o fim ou o objecto das pulsões de modo que estas se possam manifestar em modalidades socialmente aceites.

O superego é a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõem ao id, impedindo-o de satisfazer plenamente os seus instintos e desejos. É a repressão sexual. Manifesta-se na consciência indiretamente, sob a forma de moral, como um conjunto de interdições e deveres, e por meio da educação, pela produção do “eu ideal”, isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa.


Id, Ego e Superego – As estruturas da Mente Humana


 A partir de 1920, Freud apresenta a segunda teoria sobre a estruturação do psiquismo, que é constituído por três instâncias: id, ego e superego.

ID – zona inconsciente, primitiva, instintiva, a partir da qual se formam o ego e o superego. Existe desde o nascimento e é constituído por pulsões, instintos e desejos completamente desconhecidos. Rege-se pelo princípio do prazer, que tem como objectivo a realização, a satisfação imediata dos desejos e pulsões. Grande parte destes desejos é de natureza sexual. O id é o reservatório da libido, energia das pulsões sexuais.

EGO- zona fundamentalmente consciente, que se forma a partir do id. Rege-se pelo princípio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos e impulsos do id que podem ser realizados. É o mediador entre as pulsões inconscientes e as exigências do meio, do mundo real. Tem de gerir as pressões que recebe do id e as que recebe do superego. Forma-se durante o primeiro ano de vida.

SUPEREGO - é a zona do psiquismo que corresponde à interiorização das normas, dos valores sociais e morais. Resulta do processo de socialização, da interiorização de modelos como os pais, professores e outros adultos. É a componente ética e moral do psiquismo. Pressiona o ego para controlar o id. O superego forma-se entre os 3 e os 5 anos.

  A vida psíquica é, para Freud, dinamizada por um conflito de forças que se desenrola em grande parte fora da percepção consciente do indivíduo. O psiquismo é uma totalidade dinâmica, apesar de as suas estruturas componentes terem diferentes funções e serem regidas por diferentes princípios.

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