sexta-feira, 1 de junho de 2012

Exame Mental


Exame Mental

O Exame mental é o processo realizado geralmente por psicólogos e psiquiatras que trabalham avaliando sistematicamente os sinais e sintomas de alterações do funcionamento mental. É uma avaliação detalhada e objetiva das principais funções: atenção, memória, linguagem, raciocínio lógico, planejamento, percepção visual, capacidade aritmética, etc. Para isto, são utilizados testes específicos, além de questionários e inventários aplicados por profissionais experientes. As informações são colhidas durante a entrevista através da anamnese, da observação direta da aparência do paciente, também através do relato de familiares e outros informantes como amigos, colegas, ou até mesmo autoridades policiais.
Inicia-se com uma descrição sumária sobre o local onde se realiza a entrevista (hospital, posto de saúde, consultório particular). Em seguida, descreve-se o motivo pelo qual está sendo realizada (avaliação para internação hospitalar ou tratamento ambulatorial, diagnóstico, consultoria), seguindo-se de impressões sobre o paciente registradas pelo entrevistador.

Com relação à aparência, o aspecto do paciente é avaliado, desde a idade, altura, peso, vestuário (se está limpo, sujo, aspecto bizarro, roupas incongruentes, muito coloridas). A atitude dominante durante a entrevista também é alvo de consideração (se desconfiado, receptivo, evita responder às perguntas, etc.).

No aspecto do comportamento, é observado como a pessoa se movimenta, posições do corpo (flexibilidade cérea, comum na esquizofrenia hebefrênica ou hebefrenia), agitação psicomotora, movimentos anormais como Coréia, tiques e tremores também.

No discurso, é analisado o volume que a pessoa usa ao falar, fluxo, velocidade, sotaques, hesitações (ou bloqueios), tiques, gírias, etc.
O afeto é a expressão de uma emoção e humor, é o estado emocional do indivíduo, relatado pelo mesmo. O afeto de uma pessoa pode variar desde depressivo (depressão nervosa), elação ou eufórico, irritado e normal. Se a sensação que se tem ao final do exame é de um estado depressivo, tal deve ser descrito em humor. Os vários estados afetivos demonstram se uma pessoa demonstra uma expansão do seu afeto ou se o mesmo se encontra restrito (muitas vezes descrito como aplainado ou embotado). Também é importante notar se o afeto está incongruente (por exemplo um indivíduo ri ao invés de chorar quando lhe contam uma notícia triste). Aspectos culturais devem ser considerados.
Na percepção é avaliada a senso percepção do paciente, ou seja, como ele recebe (sentidos) e percebe (interpretação) o mundo. Descrevem-se aqui fenômenos como alucinação e ilusão. A natureza de cada experiência deve ser descrita em detalhes. Alucinações auditivas, por exemplo, são comuns na esquizofrenia enquanto alucinações visuais são frequentes em doenças orgânicas. Deve-se questionar sobre alterações de todos os sentidos, pois as alucinações podem ser olfativas, sinestésicas, etc.
Alguns dos sintomas de Kurt Schneider de primeira ordem são alucinatórios, como o eco do pensamento, roubo do pensamento e inserção de pensamentos.  Despersonalização (o indivíduo sente-se irreal) e desrealização (sente o mundo como irreal) também devem ser descritos aqui.
Também é importante verificar se as alucinações ocorrem na segunda pessoa (conversa com o paciente) ou na terceira pessoa (conversam entre si) e se comandam o doente (atos homicidas ou suicidas). Às vezes as alucinações podem ser outros sons além de vozes, como sinos, latidos, sons de motores, zumbidos, etc. Também podem ser outros fenômenos visuais como halos ou cores difíceis de descrever. Estas são chamadas alucianções elementares.
Alucinações extra-Campinas são aquelas nas quais o paciente vê ou ouve coisas fora de seu campo sensorial (ouvir uma voz a 3 km de distância, ver através de paredes, etc).
Deve-se questionar como a pessoa lida com as alucinações, se são assustadoras, angustiantes ou prazerosas.

A categoria do pensamento é dividida em forma (como a pessoa pensa) e conteúdo (o quê se pensa). Na maioria das vezes o indivíduo com depressão profunda, não pensa em outra coisa a não ser o suicídio. Nada mais do que o sujeito pensa, faz sentido.

 

 

Como antes fazer as tarefas de costume era normal, passam a ser muito difíceis. São elas:
§   O prazer de tomar banho;
§   Fazer a barba;
§   Trabalhar;
§   Conversar com outras pessoas, (torna-se insuportável);
§   Concentração quase o "Pensamento a mil";
§   Pensamento de suícidio ou mesmo homicídio;
§   Convivência com outras pessoas;
§   Pensamentos repetitivos, tagarelices;
§   Sonolência excessiva ou insônia;

Na categoria do Processo/Forma, avalia-se a velocidade do pensamento, fluxo e como está conectado. A perturbação do pensamento formal ocorre quando há "pressão" para se pensar (excessivamente rápido), fuga de idéias, bloqueio do pensamento, desconexão do pensamento ou pensamento desagregado (quando há perda de associação entre as idéias), podendo chegar ao ponto de "salada de palavras", quando o paciente apenas responde palavras desconectadas. Tangencialidade (não responde às perguntas) e pensamento circunstancial (com diversos detalhes perdendo-se ou retardando-se a conclusão da idéia).

O conteúdo do pensamento inclui as crenças da pessoa e o que é discutido durante a entrevista. Estes podem ser idéias intrusivas angustiantes (pensamento obsessivo), ruminações (pensamentos recorrentes), fobias. Idéias supervalorizadas, delírio, grandiosidade, irradiação do pensamento, preocupações com o corpo (anorexia, bulimia), ciúmes patológico também devem ser explorados. Uma pessoa deprimida pode ter idéias de ruínas ("tudo está acabado") e desesperança. Idéias suicidas e homicidas devem ser investigadas.

Cognição é grau de pensamento abstrato (pode estar diminuído na demência e na esquizofrenia), a educação formal, inteligência, capacidade de concentração são medidos através de simples exercícios. O mini exame de estado mental é exemplo de questionário que pode ser aplicado para esta avaliação.

Na consciência, o nível de consciência é avaliado: desperto, obnubilado, comatoso.

Orientação são questões para saber se o paciente sabe onde está (orientação espacial) e o dia/mês/ano (orientação temporal). Questionar também se sabe quem é e qual sua situação (orientação autopsíquica).


Fonte: wikipedia

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